27/02/2018

Com Temer, militar comandará Defesa pela primeira vez


Pasta foi criada durante governo FHC, em 1999, para impor comando civil às Forças Armadas; integrantes da Marinha e da Aeronáutica têm ressalvas à escolha

Ato contínuo à escolha de Raul Jungmann para o Ministério da Segurança Pública, o presidente Michel Temer (MDB) decidiu nomear o general Joaquim Silva e Luna para substituí-lo, como interino e por tempo indeterminado, no comando pasta da Defesa. É a primeira vez desde que o ministério foi criado, em 1999, que um militar vai comandar, mesmo que provisoriamente, a pasta responsável pelas Forças Armadas.
Há 19 anos, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso(PSDB), e após meses de negociação foi tomada a decisão política de impor um comando único e civil aos militares, que ganhou forma no Ministério da Defesa. Ao longo de todo esse período, governantes negociaram com generais, almirantes e brigadeiros os melhores nomes para chefiarem a pasta, mas haviam preservado o caráter civil da chefia da pasta.

Não que não tenham ocorridos momentos delicados na relação entre civis e militares. Em 2004, para chegar à solução de um impasse, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a pedir ao vice José Alencar (PRB) que utilizasse o prestígio de seu cargo para acumular as funções e pacificar a Defesa, o que fez durante dois anos.

Para todos os efeitos, Silva e Luna foi nomeado de forma interina por Temer, mas a expectativa é que ele, que era secretário-executivo do ministério, fique no posto até o final do mandato do emedebista em dezembro. A escolha foi defendida fortemente por outro militar, o general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

“O nome disso é continuidade. Decidiu-se pela continuidade e por quem tem proximidade com o ministro da Segurança Pública para alinhar os esforços, facilitando todas as ligações e contatos para as ações de segurança que vão continuar acontecendo daqui para a frente. Só isso”, disse o ministro do GSI.

Quem também não vê problema é o ex-ministro Aldo Rebelo (PSB), que chefiou a pasta por sete meses durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e nomeou Silva Luna para a secretaria-geral do ministério. Rebelo descreve o general como “muito competente e capacitado”. “O ministério está em boas mãos”, disse a VEJA.

Fonte: Veja

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