14/04/2012

TAP Manutenção e Engenharia Brasil S.A e os F-5EM da Força Aérea Brasileira

Foto: Leandro Casella
 
 
 
Segundo fontes da imprensa portuguesa (Dinheiro Vivo), a TAP Manutenção e Engenharia Brasil (TAPME) estaria em conversações com o governo brasileiro para estabelecer um contrato de suporte de manutenção para a atual frota de 47 caças Northrop F-5EM/FM da Força Aérea Brasileira (FAB).

A empresa, anteriormente braço de manutenção da antiga VARIG (Viação Aérea Rio Grandense), e conhecida como VEM Manutenção e Engenharia S.A, foi absorvida pela TAP em 2005. Com uma grande estrutura de manutenção aeronáutica nas bases do Rio de Janeiro e Porto Alegre, a TAPME estaria muito bem localizada para apoiar o 1º GAvCa e 1º/14º GAv, respectivamente baseados em Santa Cruz (RJ) e Canoas (RS).
No entanto, a TAPME vem apresentando balanços financeiros deficitários desde a sua incorporação a matriz européia. Fernando Pinto, presidente executivo da companhia aérea portuguesa, apresentou no Rio de Janeiro, no final desta semana, os resultados da empresa de manutenção no Brasil - ainda negativos, mas menos do que em 2010. Há dois anos, os prejuízos foram de 167 milhões de reais, 61 milhões de euros ao câmbio de hoje. Tudo somado, desde que a TAP comprou o negócio por 15 milhões de euros à Varig, os prejuízos acumulados já rondam os 145 milhões de euros, aos quais há ainda a somar uma dívida (antiga) da empresa com o Estado brasileiro, superior a 290 milhões de euros. Esta dívida está sendo negociada com o governo federal brasileiro, sendo definido um plano de pagamento parcelado do qual não se conhecem os detalhes. O acordo deve permitir à empresa de engenharia e manutenção voltar a ser fornecedora do Estado brasileiro, prestando assistência à frota de caças da Força Aérea. Para a empresa que a transportadora portuguesa comprou há cinco anos à Varig, na altura em processo de falência, isto seria duplamente importante.

Por um lado, seria mais um cliente de longo prazo, o que é fundamental para a viabilidade de um negócio que até agora nunca saiu do vermelho; por outro, numa altura em que o governo português se prepara para privatizar a TAP, assinar um contrato valioso favoreceria a inclusão desta unidade no pacote sem desvalorizar demasiado o preço final, apesar de nunca ter apresentado resultados positivos nos últimos cinco anos.

A alternativa seria a venda da empresa de engenharia e manutenção brasileira num acordo à parte e a outros compradores - o que o governo português até já admitiu ser uma possibilidade. Esta hipótese sairia favorecida se a carteira de clientes fosse não apenas mais extensa, mas incluísse a Força Aérea Brasileira, com a credibilidade técnica que isso implica para o fornecedor do serviço.

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