Agência Espacial Brasileira deve lançar edital nos próximos dias
Alexandre Saconi
A
comunicação estratégica é um dos pontos mais importantes da Defesa
Nacional. Porém, o Brasil não conta até agora com um satélite próprio
para essas questões. O Exército, por exemplo, aluga um satélite
pertencente à Embratel, uma empresa privada que é ligada a um grupo
mexicano.
A Agência Espacial Brasileira pretende
lançar nos próximos dias um edital para a compra de satélites próprios
com foco na comunicação estratégica. O desenvolvimento do SGDC (Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas) foi determinado
em um decreto da presidente Dilma de junho deste ano. Até agora, porém, o
projeto não foi estabelecido.
A importância estratégica da
comunicação militar é defendida pelo engenheiro Rubens Teixeira Alves,
que realizou estudo sobre uma possível parceria para um satélite
brasileiro. Hoje, nossos equipamentos militares, além de estarem
saturados, estão nas mãos de uma empresa privada.
— É um Risco total [a operação do
satélite por uma empresa privada]. O melhor caminho é ter um satélite
próprio, comandado pelo Brasil, e não por fora. O que é necessário é ter
um centro de controle na mão dos militares brasileiros.
A EDN (Estratégia de Defesa Nacional)
prevê o desenvolvimento de satélites de múltiplos usos. Junto a isso,
também se prevê a criação de alternativas nacionais para sistemas de
localização e de posicionamento, também conhecidos por GPS.
A importância de um sistema de
localização próprio evita que, em caso de guerra, por exemplo, a nação
detentora desta tecnologia corte o sinal, inviabilizando todo o sistema
de posicionamento para outros países. Com isso, uma eventual estratégia
de defesa, com a indicação por meio de GPS para ataques, poderia ser
dificultada.
O LBDN (Livro Branco da Defesa Nacional),
que é o resumo da política nacional de Defesa, aponta que, além dos
satélites, o País também reforce seu programa de VLS (Veículo Lançador
de Satélite). Junto a isso, também é defendido o repasse de tecnologia
para que o País desenvolva seus produtos de defesa por meios próprios.
O Ministério da Defesa e o Exército se comprometeram a enviar uma resposta sobre este tema assim que possível.
Fonte: NOTIMP via R7