28/09/2015

França faz primeiro ataque aéreo contra Estado Islâmico na Sìria

AFP
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Aviões das Forças Armadas francesas bombardearam pela primeira vez bases da facção terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria, anunciou neste domingo (27) o governo de François Hollande.

Seis aviões participaram da ofensiva, que ocorreu na nas proximidades de Deir Ezzor, leste do país.

Segundo comunicado da Presidência francesa, os bombardeios tiveram como base "informações colhidas em operações aéreas há mais de duas semanas" e "em coordenação com os parceiros da coalizão internacional".

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse que a operação teve como alvo "santuários do Estado Islâmico onde os extremistas se formam para atacar a França", o que levou o país a agir "em legítima defesa".

De acordo com Hollande, que está nos EUA para reunião da Assembleia-Geral da ONU, não houve baixas civis e mais bombardeios poderão ocorrer nas próximas semanas.

Há mais de um ano, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos realiza ataques contra o EI na Síria.

A França já fez ataques contra a milícia no Iraque e mantém um contingente de 700 homens no país.

Já em relação à Síria, o governo francês vinha até hoje se limitando a enviar armas e suprimentos às forças rebeldes."A população civil deve ser protegida contra toda forma de violência, a do EI e dos outros grupos terroristas, mas também contra os bombardeios assassinos de Bashar al-Assad [ditador sírio]", disse a Presidência francesa.

Assim como os rebeldes, o EI luta contra Assad.

REAÇÃO RUSSA

O anúncio da França foi criticado pela chancelaria russa, que acusou o país de violar o direito internacional ao agir sem autorização do governo sírio ou do Conselho de Segurança da ONU.

Também neste domingo (27), foi anunciada em Bagdá uma parceria entre militares russos, iranianos, sírios e iraquianos em operações de inteligência e segurança contra o Estado Islâmico.

A Síria enfrenta um conflito interno desde 2011, que começou a partir de confrontos entre rebeldes e militares leais a Assad durante a Primavera Árabe. O ditador sírio conta com o apoio dos governos da Rússia e do Irã.

Devido à guerra civil, mais de 240 mil sírios morreram e 4 milhões deixaram o país. A maioria fugiu para países vizinhos e parte viajou à Europa, que agora enfrenta uma crise imigratória.

Editoria de arte Folhapress
CRONOLOGIA
Conflito se arrasta há quatro anos na Síria.

2011
Protestos explodem na Síria após forças do governo matarem manifestantes; governo tenta sufocar reações.

2012
Mais de cem civis são mortos em ataques do governo; grupo Exército Livre da Síria mata três oficiais e toma Aleppo

2013
ONU aponta uso de armas químicas em ataque que matou 300; Assad aceita inspeções.

2014
Estado Islâmico decreta "califado" de Aleppo até a província de Diyala, no Iraque, e captura Raqqa; EUA mais cinco países iniciam bombardeios.

2015
Curdos expulsam EI de Kobani; aliança rebelde captura Idlib; EI toma Palmira, cidade histórica.

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