20/09/2012

Osprey: não é perigoso, é diferente

O Osprey (em suas duas versões MV-22 e CV-22) sempre foi uma aeronave bastante controversa. Mas normalmente o povo que fala mal dele está em maior número e as críticas se sobrepõem ao elogios. Os dois acidentes mais recentes (um no Marrocos e outro nos EUA) foram atribuídos a erros dos pilotos. Em ambos os casos, os “erros” foram fruto de características aerodinâmicas específicas do Osprey, o que coloca em cheque o processo de seleção e treinamento das tripulações e as próprias características deste tipo de aeronave. Um artigo publicado há alguns dias no AOL Defense tem um título que vai ao encontro dessa ideia: “Voar o Osprey não é perigoso, é apenas diferente”. O Osprey possui dois modos de voo, um semelhante ao dos helicópteros (quando os rotores estão posicionados num ângulo entre 60° e 97,5° graus) e outro semelhante ao dos aviões (quando os rotores estão entre 0° e 30° e velocidade superior a 120 kt).

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O Osprey (em suas duas versões MV-22 e CV-22) sempre foi uma aeronave bastante controversa. Mas normalmente o povo que fala mal dele está em maior número e as críticas se sobrepõem ao elogios.
Os dois acidentes mais recentes (um no Marrocos e outro nos EUA) foram atribuídos a erros dos pilotos. Em ambos os casos, os “erros” foram fruto de características aerodinâmicas específicas do Osprey, o que coloca em cheque o processo de seleção e treinamento das tripulações e as próprias características deste tipo de aeronave.
Um artigo publicado há alguns dias no AOL Defense tem um título que vai ao encontro dessa ideia: “Voar o Osprey não é perigoso, é apenas diferente”.

O Osprey possui dois modos de voo, um semelhante ao dos helicópteros (quando os rotores estão posicionados num ângulo entre 60° e 97,5° graus) e outro semelhante ao dos aviões (quando os rotores estão entre 0° e 30° e velocidade superior a 120 kt).

O piloto ter que estar atento o tempo todo ao modo que a aeronave está voando (avião ou helicóptero) e executar as manobras para este tipo de aeronave. É como voar duas aeronaves diferentes no mesmo voo.

As manobras mais críticas, porém, são as conversões de um tipo de voo para outro. Quando a aeronave está passando do modo helicóptero para o modo avião (com as naceles dos motores se inclinando para a frente), deve-se manter uma atitude cabrada, sob a pena da aeronave mergulhar sem sustentação. No acidente do Marrocos, suspeita-se que o piloto (provavelmente oriundo dos helicópteros) picou a aeronave para ganhar velocidade enquanto girava as naceles dos motores para o modo avião.

Outra limitação, devido ao forte empuxo/downwash dos rotores, é a distância mínima de 250 ft entre as aeronaves em um voo de formação, sempre com escalonamento positivo (a aeronave de trás deve-se manter mais alta que a da frente). Este provavelmente foi o principal fator que contribuiu para o acidente do CV-22 da USAF, em junho. A aeronave entrou no ar turbilhonado da aeronave da frente com apenas um dos rotores, causando uma dissimetria na sustentação e girando a aeronave sem controle.

Ainda devido a esse downwash muito forte e formado por dois rotores, a aeronave forma um colchão de ar turbilhonado quando realiza o pairado dentro do efeito solo. Isso pode causar o “lateral darting”, um rápido deslocamento lateral da aeronave. Esse é um problema que não foi corrigido, mas foi mitigado pelo software do piloto automático. Por não ter uma solução aerodinâmica e sim de software, é um problema que pode ocorrer com uma mínima falha dos sistemas.

Como eu já disse aqui, os pilotos de avião se adaptaram melhor ao Osprey do que os de helicóptero. A ideia é que o Osprey é um avião que faz algumas manobras de helicóptero e não um helicóptero que também voa como avião.

É interessante notar que o V-22 Osprey usa o Thrust Control Lever (TCL) – um bloco de manetes semelhante a um avião – para o controle da potência e ângulo de passo das pás. O outro tilt-rotor em serviço, o AW609, usa um controle coletivo semelhante ao dos helicópteros para essa mesma função.

Então: ele é perigoso ou somente diferente?

Fonte: Voo Tático

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