O Irã aumentou significativamente sua produção de urânio enriquecido a baixo nível e sua produção total nos últimos cinco anos, o que seria suficiente para fabricar pelo menos cinco armas nucleares se o material alcançar um maior nível de pureza, afirma uma instituição de segurança dos Estados Unidos.
O Instituto de Ciência e Segurança Internacional (ISIS, na sigla em inglês), formado por um grupo de especialistas que seguem de perto o programa nuclear do Irã, baseou a análise em dados do último informe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU publicado nesta sexta-feira.
Os progressos nas atividades nucleares do Irã podem determinar quanto tempo Teerã levaria para fabricar bombas atômicas se tomasse essa decisão. O governo iraniano nega qualquer plano desse tipo e afirma que seu programa é totalmente pacífico.
Neste sábado, o representante iraniano para a AIEA minimizou as descobertas de traços de urânio mais enriquecido que o previsto em complexos nucleares.
“Esse problema é uma discussão técnica rotineira que já está sendo revisado por especialistas”, afirmou Ali Ashgar Soltanieh, de acordo com a agência Irna. Soltanieh também disse que a atenção dada pela mídia ocidental a essa descoberta era uma tentativa de minar as relações do país com a agência nuclear.
Durante diálogos em Bagdá nesta semana, seis potências mundiais não conseguiram convencer o Irã a reduzir seu programa de enriquecimento de urânio. Em junho, uma nova rodada de conversas vai acontecer em Moscou. Por o país ter divergências com Israel, existe um temor de que uma guerra aconteça no Oriente Médio. Jerusalém já disse não descartar um ataque militar contra o Irã.
O relatório da AIEA divulgado nesta sexta-feira indicou que o Irã prossegue com seu programa nuclear, desafiando as resoluções que instam à sua suspensão. Segundo o documento, quase 6,2 toneladas de urânio enriquecido a 3,5% foram produzidas no país desde 2007. Parte desse material foi posteriormente transformada para níveis mais altos de enriquecimento.
São quase 750 kg a mais que o último relatório da AIEA, de fevereiro. Segundo o ISIS, se essa quantidade de urânio a 3,5% for enriquecida para o nível bélico, seria suficiente para fabricar cinco bombas nucleares.
Ainda de acordo com o instituto americano, parte do urânio altamente enriquecido do Irã foi convertido em combustível do reator e não poderia ser utilizado para armas nucleares, pelo menos não rapidamente.
O urânio enriquecido pode ser usado para combustível de usinas de energia, que o Irã alega ser seu principal objetivo, ou para bombas nucleares, se for refinado a um grau maior.
Fonte: Extra.Globo via Plano Brasil
