11/02/2012

MMRCA: O Rafale é muito mais barato que o Typhoon; Governo indiano descarta uma revisão



O caça francês Rafale, fabricado pela Dassault, e o caça Typhoon, fabricado pelo consórcio europeu Eurofighter, são caças da mesma geração e que se equivalem. Um leva vantagem em alguns quesitos e outro leva vantagem em outros quesitos. No entanto, o principal motivo para que o Rafale sai-se vencedor na concorrência indiana, o MMRCA, que visa a aquisição de 126 caças para a Força Aérea Indiana ao custo de US$ 20 bilhões, foi o custo “substancialmente menor” com relação ao outro finalista, o Typhoon.


“O jato francês, o eventual vencedor, venceu o Typhoon, tanto em termos de custo de ciclo de vida e em custos de aquisição direta. O custo do projeto MMRCA inteiro teria aumentado em 25.000 rúpias indianas (cerca de US$ 5 bilhões) caso o Typhoon fosse selecionado ao invés do Rafale”, disse uma alta fonte do Ministério da Defesa da Índia na quinta-feira passada.

Em face disso, o Ministério da Defesa da Índia descartou a possibilidade de retroceder na decisão mesmo a Cassidian, uma das subsidiará do EADS, uma das fabricantes do Typhoon ter se proposto a enviar uma proposta revisada afim de bater a proposta francesa. Com a Índia tendo escolhido o Rafale como o vencedor do MMRCA, agora passará à fase de negociações exclusivas com a Dassault Aviation. Segundo uma fonte, as negociações começarão já na próxima semana e se tudo ocorrer conforme o planejado, os contratos deverão ser assinados em setembro ou outubro.

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, tem a intenção de fazer a Índia reconsiderar a sua decisão, uma vez que a concorrência indiana foi a maior concorrência do gênero no mundo. Não é a toa que a concorrência foi chamada de “mother of all deals” (mãe de todos os contratos em tradução livre). A Inglaterra é uma das fabricantes do Typhoon e tem direito a 33% dos lucros da empresa Eurofighter Jagdflugzeug GmbH. Mas fazer a Índia retroceder é algo improvável, por que não dizer impossível?!

 “O fato é que o custo diferencial entre o Typhoon e o Rafale era muito alto… e que custaria a Índia em torno de 22% a 25% a mais que o caça anterior selecionado. Nenhum governo pode concordar com muito mais”, disse a fonte.

Tanto o Rafale como o Typhoon haviam sido considerados “compatíveis” com todos os 643-660 parâmetros técnicos estabelecidos para atender os requisitos operacionais especificados pela Índia, depois de extenuantes ensaios em campo por pilotos de teste da Força Aérea da Indiana ao longo de dois anos.

Os outros quatro jatos – os norte americanos F/A-18 Super Hornet e F-16 Super Viper, o sueco Gripen e o russo MiG-35 – foram eliminados da acirrada competição no ano passado, uma vez que não cumpriram todos os “pontos de teste”.

“Nós seguimos a cartilha, em primeiro lugar na extensa avaliação técnica e, agora, na meticulosa avaliação comercial, sem quaisquer fatores externos que entraram em jogo”, disse a fonte.

Por um lado, o “custo do ciclo de vida” de operacional do Typhoon ao longo de um período de 40 anos, com 6.000 horas de vôo, foi visto que era “superior” ao Rafale depois de extensos cálculos sobre os custos de vôo, peças de reposição, manutenção e afins. “Os custos do ciclo de vida eram, na verdade, a ferramenta para determinar quem era o L-1 (lance menor)”, disse ele.

Por outro lado, a diferença entre o “custo de aquisição direta”, que será usado realmente para assinar o contrato, foi ainda maior. “A oferta comercial do Typhoon era muito mais alta. O Rafale foi claramente o L-1 em ambos, tanto no ciclo de vida, bem como nos custos de aquisição direta”, acrescentou.

Dassault terá agora de apresentar um relatório detalhado do projeto sobre a transferência de tecnologia (ToT) para a Hindustan Aeronautics Ltd (HAL). Enquanto os primeiros 18 jatos virão em condição "fly-away'' da França a partir de meados de 2015, o resto 108 caças serão posteriormente fabricado sob licença pela HAL, na Índia, em seis anos.

“Vamos negociar cada elemento do complexo projeto com os franceses. Os pagamentos, como também os 50% de offsets previstos no contrato, serão distribuídos pelos próximos 11 a 13 anos”, disse a fonte.

O primeiro jato construído pela HAL deve ser entregue em 2017-2018. Depois disso, a HAL vai entregar seis jatos por ano, que deve durar pelos próximos 20 anos ou mais. “A HAL vai conseguir absorver cerca de 85% da tecnologia até o final. Aliás, o custo de ToT do Typhoon também foi muito alto”, disse a fonte.

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