Os gritos de saudação a Adolf Hitler, utilizados na Alemanha nazista, foram ouvidos ontem à noite numa manifestação de um grupo de extrema-direita em Leipzig.
" A Alemanha está a
acordar", gritava Lutz Bachmann, fundador do Pegida (acrónimo que
significa grupo patriotas alemães contra a islamização do Ocidente).
Na
mesma altura, faziam-se ouvir as vozes dos cerca de 900 apoiantes do
movimento anti-islâmico. "Heil Hitler", gritavam alguns em coro, com
particular satisfação em quebrar aquilo que é tabu.
Tratava-se
de uma manifestação do Legida, a versão do Pegida em Leipzig, que
celebrava os resultados do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) nas
eleições regionais no estado do Hesse, no passado domingo. O partido de
extrema-direita eurocético e anti-imigração tornou-se na terceira força
política deste estado federado com 13,2% dos votos.
"No Hesse já começam a pensar com a cabeça", garantiu Bachmann, citado pelo jornal ABC, aproveitando para antever os desenvolvimento nas eleições regionais dos três estados que vão a votos no próximo domingo.
De acordo com sondagens do INSA publicadas no jornal alemão Bild,
a CDU de Merkel surge, a par do Partido Social Democrata (SPD), com 35%
das intenções de voto no estado de Renância-Palatinado.
Mas
a situação muda de figura nos estados de Bade-Vurtemberga e Alta
Saxónia. No primeiro, tanto a AfD como o SPD contam com 12,5% das
intenções de voto e no segundo o partido eurocético chega mesmo a
ultrapassar em 4% as intenções de voto na SPD, com 19%.
A
confirmar-se este cenário, a AfD poderá afirmar-se como segunda força
política na Alta Saxónia, por exemplo, carimbando um ponto de viragem no
cenário político da Alemanha.
Embora
nas legislativas de 2013 tenha conquistado 4,7% dos sufrágios expressos,
falhando a entrada no Bundestag, a ascensão do partido populista AfD
pode representar uma séria ameaça ao governo de coligação da CDU e da
SPD.
Numa outra sondagem do INSA publicada no também no jornal Bild, a AfD surge em terceiro lugar com 11,5% das intenções de voto a nível federal.
Durante
a manifestação foram apreendidas pela polícia várias camisas com
suásticas e bandeiras do Reich usadas na Alemanha nazi entre 1933 e
1945.
Fonte: DN