Brasília, 23/07/2015 - O ministro da Defesa, Jaques Wagner, acompanhado do comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, participou nesta quinta-feira (23), no Rio de Janeiro, da cerimônia de entrega do Navio Hidroceanográfico de Pesquisa Vital de Oliveira (NPqHo), embarcação considerada fundamental no sentido de assegurar avanços em estudos científicos para caracterização de áreas oceânicas estratégicas do Atlântico Sul.
O Vital de Oliveira é resultado da parceria firmada entre os ministérios da Defesa e Ciência, Tecnologia e Inovação, além das empresas Vale e Petrobras.
Por ser equipado com o que há de mais moderno em termos de tecnologia, o navio representa importantes avanços para o país. Isso porque os recursos disponíveis podem auxiliar o pleito do Brasil junto a Comissão de Limites da Organização das Nações Unidas (ONU), no sentido de ampliar o limite exterior da área marítima, na qual o Brasil detém os direitos de soberania para a exploração de recursos naturais.
Recém chegado de Singapura, o Vital de Oliveira pesa 3,5 mil toneladas e com o equipamento chamado Veículo de Operação Remota (ROV - sigla em inglês) tem capacidade para chegar a 4 mil metros de profundidade.
A embarcação também apresenta habilidade especial para realizar pesquisas de busca de nódulos metálicos no fundo do mar, além da localização de petróleo e gás em superfícies bem inferiores, como é o caso da camada pré-sal e da exploração de recursos minerais em águas profundas como a Zona Econômica Exclusiva (ZEE).
Durante a cerimônia, Jaques Wagner disse que apostar na tecnologia, pesquisa e inovação oceanográfica aumenta o poder e a soberania do país. “É a aplicação da tecnologia e do conhecimento do mar na defesa nacional”, destacou o ministro que reconhece o ganho inestimável para a pasta.
“O navio impulsiona nosso poder de dissuasão porque trabalha com oceanografia física que mede a temperatura da superfície do mar, qualidade e suas propriedades, facilitando, por exemplo, missões com submarinos”, acrescentou Wagner.
Acompanhado do ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, Jaques
Wagner percorreu os cinco laboratórios do navio e conheceu o robô (ROV)
que pode descer até 4 mil metros de profundidade.
Uso dual
Todas as diversas funções e capacidades do navio têm uso dual, ou seja, tanto servirão para assegurar a proteção das riquezas das jurisdições marítimas pertencentes ao Brasil, como poderão ser utilizadas em diversos setores, como no caso da pesca, meteorologia, exploração de recursos minerais, preservação do meio ambiente, entre outras.
Os dados inseridos nas cartas náuticas além de auxiliarem na navegação, provocam impactos na economia do país, refletindo no custo Brasil. Os registros coletados por navios de pesquisas podem atingir, por exemplo, as empresas seguradoras que fazem transportes de mercadorias para o país, pois dependendo, o frete das mercadorias, pode aumentar ou diminuir, refletindo diretamente no preço final para o consumidor.
O comandante do navio, capitão-de-fragata Aluízio Maciel de Oliveira Júnior, disse que a ampliação da pesquisa no mar vai resultar em mais riquezas e uma mudança total nos rumos do estudo oceanográfico brasileiro.
Ao conhecer o grupo de pesquisadores já embarcados no navio, o ministro da Defesa foi informado sobre as amostras recolhidas e que as geladeiras já possuem material para dar início às novas pesquisas.
“É orgulho saber que estamos na primeira linha da pesquisa oceanográfica, e mesmo com o pré-sal ainda temos muito a pesquisar para abrir novas vertentes”, afirmou o ministro da Defesa, que na ocasião, cumprimentou o chefe dos pesquisadores, professor Moacir Araújo, e pediu que os estudos fossem aplicados no cotidiano e na economia.
O comandante da Marinha Leal Ferreira reforçou a importância do navio para a Marinha e comunidade científica. ”O Vital de Oliveira irá atuar em áreas oceânicas estratégicas ampliando a presença brasileira no Atlântico Sul e Equatorial”, ressaltou. Com 28 equipamentos científicos, o Navio possui maior capacidade de pesquisas e exploração das riquezas da Amazônia Azul.
DIVULGAÇÃO: Ministério da Defesa