Primeiro microssatélite brasileiro para aplicações militares tem previsão de lançamento para 2015
A empresa AEL Sistemas exibiu nesta sexta-feira, em Porto Alegre, o
modelo do primeiro microssatélite brasileiro para aplicações militares, o
MMM-1, previsto para ser enviado a órbita em dezembro de 2015, a partir
da base de lançamento de Alcântara (MA). Pesando menos de 10 kg e com
30 cm de altura, o microssatélite poderá ser usado para fins de
comunicação e monitoramento (sensoriamento remoto), entre outras
missões. Como o Brasil hoje não produz satélites, depende de outros
países para suprir a demanda nacional por esse tipo de tecnologia.
Por ser menor e mais leve, o equipamento é também mais barato,
permitindo que o país incorpore essa tecnologia em maior escala. O
investimento inicial no projeto é de R$ 43 milhões, e parte dos recursos
virá da Finep - Agência Brasileira da Inovação.
A apresentação da maquete foi feita durante a Mostra de Equipamentos
Espaciais e de Defesa, marcando também a inauguração do Centro de
Desenvolvimento e Industrialização de Equipamentos Aeroespaciais da AEL,
um espaço de 7,5 mil m². O novo centro deve fortalecer o projeto do
Polo Espacial Gaúcho, fruto de parceria com o governo do Estado do Rio
Grande do Sul, universidades, institutos e empresas locais. Estiveram
presentes na inauguração o governador Tarso Genro e o prefeito de Porto
Alegre em exercício, Sebastião Melo.
- Queremos que o Estado seja um polo espacial e de modernização
tecnológica para o segmento de defesa. Esse tipo de projeto fortalece a
soberania nacional - afirmou o governador. - Esta parceria nos ajudará a
colocar o Rio Grande do Sul na vanguarda tecnológica do Brasil e do
mundo - acrescentou Tarso.
No evento, o presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção
do Investimento (AGDI), Ivan De Pellegrin, destacou as oportunidades que
irão surgir a partir da criação do Polo Espacial Gaúcho.
- As mudanças ocorridas na estratégia nacional de defesa e os
expressivos recursos disponíveis criam oportunidades de desenvolvimento
para o Rio Grande do Sul - ressaltou.
Segundo o vice-presidente de Operações da AEL, Vitor Neves, a empresa
terá "capacidade de produzir aviônicos e desenvolver sistemas de defesa
inéditos no Brasil, caso dos sistemas de guerra eletrônica, veículos
aéreos não-tripulados, tecnologia eletro-óptica, além de sistemas de
guiagem de armamento e sistemas espaciais".
O presidente da Elbit Systems (grupo israelense do qual a AEL faz
parte), Bezhalel Machlis, observou que "o Brasil é um dos mercados mais
importantes e estratégicos" do mundo.
- Nos últimos 12 meses, a Elbit investiu dezenas de milhões de dólares
no desenvolvimento e ampliação da capacidade tecnológica da AEL e na
qualificação da equipe técnica - disse, acrescentando que o espaço
inaugurado hoje deve se tornar "centro de excelência mundial".
Além do microssatélite, fizeram parte da mostra aviões não-tripulados
(VANTs), o blindado Guarani, subsistemas espaciais e a tecnologia de
propulsão MEMS.
Fonte: Zero Hora