Rússia e Ucrânia chegaram a um
acordo para criar um empreendimento conjunto destinado à produção do lendário
avião cargueiro Antonov An-124-100 Ruslan, a maior aeronave de carga produzida
em escala industrial em todo o mundo.
A notícia foi divulgada pelo serviço de imprensa do Governo ucraniano nesta quarta-feira, 17, citando como fonte o vice-primeiro-ministro do país, Yuri Boiko. A decisão sobre a criação da joint venture russo-ucraniana foi tomada durante o encontro dos primeiros-ministros dos dois países na sexta-feira, 12, em Sochi.
Segundo Yuri Boiko, o An-124 é uma aeronave única, cuja produção
conjunta dará impulso ao futuro desenvolvimento da cooperação russo-ucraniana
na área da aviação. De acordo com Boiko, a criação do novo empreendimento será
formalizada já em setembro deste ano, durante uma reunião do Comitê
Russo-Ucraniano de Cooperação Econômica.
Boiko explicou que a Ucrânia agregará à parceria a base
tecnológica e o componente da inovação, enquanto a Rússia entrará com o
financiamento e o mercado consumidor. O local e os prazos para a produção dos
novos An-124 ainda não foram revelados.
O Antonov An-124 Ruslan foi durante um longo período o maior
avião do mundo, isto antes da chegada do An-225, desenvolvido a partir dele e
com o objetivo de transportar o ônibus espacial soviético Buran. Atualmente o
An-124 é o segundo maior avião cargueiro do mundo, mas ainda é o maior avião de
carga já feito em escala industrial.
Desenvolvido inicialmente como
um cargueiro militar, ainda no final dos anos 1970, pelo escritório de
construção do engenheiro russo Oleg Antonov, o primeiro protótipo do An-124
voou em dezembro de 1982.
Dentre as características mais
notáveis desta aeronave, além do seu porte de carga de mais de 120 toneladas,
estão o seu nariz (que serve de porta de proa para o compartimento de carga),
as portas do compartimento de carga de cauda e 24 rodas permitindo operações de
pouso em asfalto, terra, grama e neve.
A produção do An-124 foi encerrada há alguns anos, e atualmente
existem cerca de quarenta unidades em serviço na Rússia, Ucrânia, Líbia e
Emirados Árabes Unidos, entre outros países.