23/06/2012

Programa espacial da China

A China está ativa no cosmos: o lançamento da nave pilotada Shenzhou 9, seu acoplamento manual bem-sucedido com o módulo orbital Tiangong 1, e a primeira passagem da tripulação da nave para o módulo foram importante marco dos voos pilotados chineses.Além disso, na semana passada soube-se que a sonda científica chinesa Chang'e 2 deixou sua órbita no ponto Lagrange 1,2 e foi enviada para o asteroide 4179 Toutatis.


A atual expedição do Shenzhou atraiu a atenção dos especialistas e do amplo público graças em muito ao fato de que na tripulação de três pessoas, pela primeira vez na cosmonáutica pilotada chinesa, foi incluída uma mulher – Liu Yang, de 33 anos de idade, que cumpre a função de cosmonauta-pesquisador. Logo foi assinalado que o lançamento ocorreu em 16 de junho, exatamente 49 anos depois do voo da primeira mulher-cosmonauta Valentina Tereshkova.

Aliás, e sem isto este lançamento chinês despertaria não menos atenção: pela primeira vez a China realizou o acoplamento manual da nave com o módulo orbital, e pela primeira vez uma tripulação chinesa (constituída de duas pessoas, a terceira ficará na nave) passou da nave para a estação.

O módulo orbital Tiangong 1 deve ser o predecessor da estação orbital, na qual a tripulação poderá viver e trabalhar por muito tempo. A construção dessa estação em órbita deverá terminar até 2020.

A China planeja a expedição pilotada à Lua depois de 2020 provavelmente. É difícil dizer o quanto isto corresponde aos planos reais: A China praticamente não revela seu programa. Se a RPC realmente tem o objetivo de repetir em curto prazo as principais realizações da União Soviética e dos EUA no espaço, a expedição à Lua parece lógica.

A história da sonda cósmica Chang'e 2 demonstra o sigilo do programa chinês. Lançada em 2010 para pesquisas da Lua, ela cumpriu com êxito as tarefas da principal missão (em particular, compôs um mapa detalhado da superfície lunar) depois do que foi encaminhada para o ponto Lagrange 1,2. Este ponto na linha imaginária Terra-Sol está a cerca de 1,5 milhões de quilômetros da Terra, assim que a sonda pode se encontrar ali por tempo ilimitado. Na semana passada soube-se que já desde abril a Chang'e 2 move-se em direção ao asteroide Toutatis. Ela deverá terminar o voo até ele em janeiro de 2013. Como no caso das expedições pilotadas, o próprio voo não será a primeira realização semelhante, mas o fato de que ao encontro do asteroide foi encaminhada uma sonda, que já cumpriu duas missões, desperta admiração.

A entrada da China no “clube cósmico” muda evidentemente o status-quo existente há algumas décadas nas pesquisas cósmicas e exploração do cosmos. Em certo sentido a China, apesar do atraso objetivo, de repente tornou-se a ditadora da moda cósmica.

Indubitavelmente têm-se em vista não a tecnologia, mas, um certo espírito. Se as potências cósmicas “mais velhas” encontram-se hoje na busca de objetivo, a China move-se com bastante segurança pelo caminho, que ela própria traçou para si. Sabe-se, por exemplo, que no próximoano a sonda chinesa Chang'e 3 deverá levar ao satélite da Terra um aparelho de desmbarque e rover, para preparar a missão pilotada à Lua.

Enquanto isto os “planos lunares” das agências cósmicas dos EUA, Rússia e Europa não estão claros por enquanto. Há vários anos já falam da construção de base habitada em nosso satélite, mas até agora não há nem planos, nem a compreensão de que funções essa base irá cumprir.

Fonte: Voz da Rússia



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