16/06/2012

Instituto qualifica subistema de recuperação de satélite (SARA) suborbital


O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) completou (05/06) a qualificação em solo do subsistema de recuperação do Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA Suborbital), com a realização com sucesso de mais um ensaio de abertura dinâmica dos paraquedas. A campanha final de qualificação em solo iniciou-se em dezembro de 2011, quando ocorreu a qualificação propriamente dita, após o que, estes resultados
foram confirmados com mais três ensaios: em março, no final de maio e no início de junho. Nestes ensaios, toda a dinâmica de extração dos paraquedasfoi simulada.

O Sara Suborbital consiste em um veículo suborbital de 350 kg, a ser lançado através de um veículo de sondagem VS-40 modificado, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (MA), com a finalidade de realizar experimentos de microgravidade de curta duração (cerca de 8 mintos). "Foi a campanha final de um longo processo de desenvolvimento que se iniciou há quatro anos, com os ensaios de todos os materiais selecionados para o subsistema, passando depois por dois ensaios distintos de extração estática, um ensaio de extração dinâmica sem atuadores, um ensaio dos atuadores de separação e, finalmente, com uma campanha de ensaios de extração dinâmica completos”, explica o gerente do Projeto SARA, Luís Loures. 

Segundo ele, durante o processo de desenvolvimento, os constantes ensaios não só confirmaram os valores de resistência dos diferentes materiais, como também levaram paulatinamente a uma melhor compreensão do processo de abertura do conjunto de paraquedas, além de provocarem mudanças de projeto como resultado dos conhecimentos adquiridos através dos ensaios.“ Certamente este foi o subsistema mais difícil de desenvolver, pois o projeto inicial do conjunto foi apenas o início da história, que acabaria sendo contada à medida que acontecia”, afirma Loures.
 
Segundo ele, durante o processo de desenvolvimento, os constantes ensaios não só confirmaram os valores de resistência dos diferentes materiais, como também levaram paulatinamente a uma melhor compreensão do processo de abertura do conjunto de paraquedas, além de provocarem mudanças de projeto como resultado dos conhecimentos adquiridos através dos ensaios.“ Certamente este foi o subsistema mais difícil de desenvolver, pois o projeto inicial do conjunto foi apenas o início da história, que acabaria sendo contada à medida que acontecia”, afirma Loures.

Para o Engenheiro Claudinei José de Castro, coordenador dos ensaios, foi um longo processo. “ Nós tivemos que desenvolver novos ensaios para o sistema. Tivemos que imaginar formas de ensaio inéditas que pudessem reproduzir a abertura do subsistema da maneira mais real possível e que pudessem ser facilmente repetidas. Ao mesmo tempo, ao longo dos ensaios, o sistema era constantemente reprojetado e retestado, com erros e acertos, até se pudesse confirmar que ele estava apto para realizar a sua função.”
Uma característica do projeto foi o descarte de atuadores de separação pirotécnicos em prol de componentes pneumáticos e elétricos, o que constituiu uma inovação em relação ao “design” clássico deste tipo de conjunto. Segundo Loures, isso ocorreu pela constatação de que o subsistema só iria convergir com um número elevado de ensaios, o que levaria a custos proibitivos com o uso de pirotécnicos, além de exigir uma logística considerável devido às medidas de segurança necessárias. Pelo mesmo motivo, foi descartado também o ensaio de lançamento por helicópteros: de alto custo, poucas repetições, logística complicada e com capacidade de análise limitada devido à dificuldade de se acompanhar a situação de abertura em voo. “O ensaio de lançamento de helicóptero é apenas outro ensaio funcional, pois não reproduz a situação real de vôo suborbital, sendo assim, optamos por fazer um grande número de outros ensaios funcionais em ambiente controlado, de maneira a que cada ensaio pudesse fornecer subsídios que levassem a melhorias do projeto e aumentassem nossa compreensão do subsistema, levando a uma maior confiabilidade do conjunto como um todo.”

Apesar da qualificação do subsistema, Loures prevê ainda uma repetição dos ensaios de extração. “Uma das conclusões da campanha de ensaios foi a importância de se manter equipes muito bem treinadas em cada detalhe do subsistema, pois isso tem uma influência significativa na confiabilidade, assim pretendemos reproduzir mais tarde alguns ensaios de extração com a finalidade de preparação das equipes para a campanha de lançamento”, afirma o gerente do projeto.

Novidade - Com a presença do Diretor do IAE, Brigadeiro Engenheiro Carlos Antônio de Magalhães Kasemodel, do Subdiretor de Espaço, Coronel-Aviador Avandelino Santana Jr, e das Comissões do Contrato, dirigidas pelo Gerente do Projeto Sara, Luís Loures, e pelo Tenente-Coronel José Duarte, Chefe da Divisão de Sistemas Espaciais, foi entregue nesta semana (14/06) pela empresa CENIC o Modelo de Voo Mecânico do Sara Suborbital.

O Modelo de Voo Mecânico do Sara Suborbital compreende três dos quatro subsistemas do veículo SARA Suborbital: Subsistema Estrutural, Módulo de Experimentação e Subsistema de Recuperação. O desenvolvimento deste Modelo foi resultado de uma parceria coordenada pelo IAE, contando com a empresa CENIC no papel de “main contractor”, e outras indústrias nacionais como a EQE e a Orbital.
O Modelo de Voo do Sara Suborbital deverá seguir nas próximas semanas para o IAE para a realização dos ensaios dinâmicos de aceitação em “shaker”. Este ensaio é condição necessária para demonstrar a aptidão do veículo para o voo.

Fonte: IAE/DCTA




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