O Exército iraniano afirmou neste domingo ter derrubado um avião-espião não tripulado dos Estados Unidos que violou o espaço aéreo do Irã, segundo informou uma fonte militar à televisão estatal do país Al Alam.
“O Exército iraniano derrubou um avião não tripulado norte-americano RQ-170 intruso no leste do Irã”, informou a fonte, segundo a televisão estatal.
O RQ-170 Sentinel é um “drone” de reconhecimento de alta altitude cuja existência, revelada em 2009 pela mídia especializada, só foi reconhecida em 2010 pela força aérea americana.
A fonte militar acrescentou que a resposta do Irã à violação de seu espaço aéreo não se limitará às suas fronteiras.
“A resposta das Forças Armadas do Irã à violação de nosso espaço aéreo por um avião-espião não tripulado dos EUA não se limitará mais às fronteiras do Irã”, disse uma fonte militar segundo a TV Al Alam.
A TV estatal Al Alam não diz onde nem quando o aparelho foi derrubado, mas indica que o “drone” sofreu alguns danos.
A agência de notícias semioficial Fars confirmou a informação e disse que a aeronave, que teria violado o espaço aéreo iraniano pela fronteira leste, agora está sob poder das forças armadas do Irã.
“As unidades de guerra eletrônicas e antiaéreas conseguiram abater um “drone” americano do tipo RQ-170, que violou as zonas fronteiriças do leste do país”, informou a agência.
Em julho, o Irã informou que derrubou um avião-espião não tripulado dos Estados Unidos perto da cidade sagrada de Qom, nas proximidades da instalação nuclear de Fordu.
O Irã tem travado uma disputa com os Estados Unidos e seus aliados devido ao programa nuclear, suspeito pelas nações ocidentais de ter fins bélicos, o que o país persa nega.
RELAÇÕES ABALADAS
Depois de o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá imporem em 21 de novembro novas sanções financeiras ao Irã pelo seu programa nuclear, o Parlamento de Teerã aprovou em 27 de novembro uma lei para diminuir suas relações com Londres ao nível de negócios, o que significa a expulsão do embaixador britânico.
Organizações estudantis radicais islâmicas convocaram em 29 de novembro uma concentração em frente à embaixada do Reino Unido para protestar pelas sanções, que terminou com o ataque aos dois escritórios diplomáticos britânicos.
Os manifestantes queimaram a bandeira do Reino Unido, destruíram os dois escritórios e mantiveram retidos diplomatas e funcionários da embaixada britânica durante horas, o que só terminou com a intervenção da polícia iraniana para libertar os reféns e retirar os jovens envolvidos no protesto.
No dia seguinte, o Reino Unido retirou sua equipe diplomática do Irã e fechou sua representação. O governo de Londres ainda deu 48h aos diplomatas iranianos para deixarem seu território e fecharem sua sede.
O incidente aumentou a tensão entre o Irã e a União Europeia, cujos ministros das Relações Exteriores aprovaram na quinta-feira, em Bruxelas, novas sanções financeiras a entidades e pessoas que façam parte ou apoiem o regime de Teerã, além de planejarem eventual embargo petroleiro ao país.
Após a retirada dos diplomatas britânicos, a França, a Alemanha, a Noruega e a Holanda chamaram seus embaixadores no Irã para tratar o assunto e outros países da UE convocaram os representantes iranianos em seus territórios para protestarem pelos acontecimentos.