Tânia Monteiro
Para diminuir a tensão na caserna, o Palácio do Planalto descontingenciou cerca de R$ 2,2 bilhões dos R$ 4 bilhões cortados no início do ano, quando foi anunciada tesourada de R$ 50 bilhões do Orçamento de todo o governo.
A liberação, segundo informou o ministro da Defesa, Celso Amorim, a um grupo de militares, foi considerada generosa e até acima da expectativa. O descontingenciamento permitiu a manutenção, pelo menos, de investimentos em programas estratégicos, como o do submarino nuclear.
Desde a posse do ex-ministro Nelson Jobim, em julho de 2007, os militares vêm comemorando o aumento do orçamento das três Forças.
Embalado pela Estratégia Nacional de Defesa, de 2007 para 2011, as despesas de investimento e custeio das Forças Armadas cresceram 140%, ante a variação da inflação em torno de 30%, no mesmo período. Ainda assim, as Forças enfrentam graves problemas de operacionalidade, com o sucateamento dos equipamentos.
Em 2007, o projeto de lei orçamentária previa R$ 5 bilhões para investimento e custeio nas três Forças. Em 2008 pulou para R$ 7,77 bilhões; em 2009 foi a R$ 10,05 bilhões; em 2010. a R$ 12 bilhões, e deve alcançar R$ 12,9 bilhões este ano. Para 2012 o projeto de lei orçamentária pede R$ 14,4 bilhões.
Se for computado só o valor dos recursos destinados a investimentos, a Aeronáutica deverá ter recebido, ao fim deste ano, R$ 4,7 bilhões; a Marinha, R$ 4,47 bilhões, e o Exército, R$ 3,73 bilhões. Para reaparelhamento e adequação dos meios na Marinha a previsão é de que sejam destinados, ao fim de 2011, R$ 2,7 bilhões. Programas considerados prioritários estão sendo poupados dos cortes e contingenciamentos.