Equipe responsável pelo projeto retornará aos EUA para mais testes entre os meses de abril e junho de 2014.
No dia 14 de novembro foi realizado o voo
do primeiro drone brasileiro no espaço aéreo dos Estados Unidos, em
West Lafayette, no estado de Indiana. O voo foi realizado como
parte do desenvolvimento de projeto pesquisa conjunta entre a USP São
Carlos, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a Universidade de
Purdue (USA) e a empresa AGX Tecnologia.
O Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) utilizado recebeu o nome de
ARARA II, sigla para Aeronave de Reconhecimento Assistidas por Rádio e
Autônoma, e foi originalmente desenvolvido em conjunto pelo Instituto de
Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP São Carlos, pela
Embrapa – unidade do Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento em
Instrumentação Agropecuária (Cnpdia) e a AGX, dentro do projeto
coordenado pelo pesquisador Onofre Trindade Jr. (ICMC-USP), que também
coordenou a missão realizada em Purdue na primeira quinzena do mês
passado.
O coronel aviador André Pierre Mattei, professor do ITA e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), participou do experimento na posição de principal articulador da parceria entre os centros de pesquisa envolvidos do Brasil e EUA e a AGX. "Este voo do ARARA II é histórico para a indústria nacional de drones", disse Mattei.
Também participaram dos trabalhos em Indiana o diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da AGX Tecnologia, Luciano de Oliveira Neris e Alexandre Di Giovani, o piloto mais experiente em operação de Vants civis da América Latina.
O voo
O feito foi realizado em condições atmosféricas complicadas com a proximidade do inverno no hemisfério norte, estação que traz ventos fortes especialmente na região do meio-oeste americano, além de temperaturas muito baixas. "O drone ARARA já havia mostrado no Brasil que pode cumprir missões em temperaturas escaldantes. Agora foi o batismo dele abaixo de zero, com um clima congelante", disse o presidente da AGX, Adriano Kancelkis.
Na ocasião foi embarcado um sensor hiperespectral da empresa Headwall Photonics, que operou como uma câmera de vídeo com 200 frames por segundo. Enquanto uma câmera comum divide a imagem em três imagens nas cores vermelho, verde e azul (RGB), a câmera utilizada nos EUA divide a imagem em 328 imagens, cada uma cobrindo uma tonalidade de cor específica. Isso possibilita a detecção de detalhes na área agrícola, por exemplo, que não podem ser obtidos com uma câmera RGB comum ou outros modelos mais simples. "O processamento dos dados obtidos por esta câmera já é um desafio para identificação de problemas na agricultura", explica Trindade Jr.
Pela Universidade de Purdue os trabalhos da parceria foram coordenados pela pesquisadora Dra. Melba M. Crawford, diretora do Laboratory for Applications of Remote Sensing (LARS) e atual Diretora Associada de Pesquisa em Engenharia e professora de Agronomia, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Computação na Universidade.
A equipe envolvida retornará aos EUA para a sequência dos trabalhos entre os meses de abril e junho de 2014.
Fonte: IDG NOW via NOTIMP