As Marinhas dos países mais influentes possuem quase todas porta-aviões. Na Rússia, a possibilidade de construção de um novo porta-aviões tem sido discutida desde há muito tempo.
Porém, a Rússia carece de vários elementos-chave para construir um novo navio deste tipo.
Os porta-aviões contemporâneos podem ter
várias classificações. Uma delas é o modo de decolar e de pousar dos
aviões. Quanto a este parâmetro, existem dois tipos:
CATOBAR – Catapult
Take-Off But Arrested Recovery – Decolagem com catapulta e pouso com
cabo de travagem. Os navios deste tipo são capazes de fazer decolar
aviões pesados de mais de 40 toneladas, inclusive aviões de carga e
“radares aéreos”;
STOBAR – Short Take-off
But Arrested Recovery – Decolagem curta e aterragem também com cabo de
travagem no deque angular. O porta-aviões russo Admiral Kuznetsov é deste tipo.
O sistema STOBAR tem a vantagem de
facilidade e menor preço. Porém, a desvantagem principal do STOBAR é o
limite do peso de decolagem e as exigências rígidas em relação ao peso.
Isto é a causa que impede os caças Su-33 de decolarem com a massa total
de decolagem. Além disso, a plataforma não permite a aviões de carga ou
radares aéreos decolarem.
STOVL – Short Take-off
and Vertical Landing (Decolagem curta e pouso vertical) é mais um tipo
nessa classificação, mas os navios desse tipo têm sérios impedimentos – e
para além disso, supõem caças de decolagem e pouso vertical, que a
Rússia ainda não tem.
Deste modo, a Rússia está elegendo se o seu porta-aviões a construir será do tipo STOBAR ou CATOBAR.
Primeiro, falemos da catapulta. Os
projetos soviéticos nesta área não chegaram além de escassos exemplos de
teste e aparelhos preliminares. Agora, é pouco provável que a catapulta
de vapor teria futuro: por exemplo, as marinhas dos EUA e da Grã
Bretanha já adotam a catapulta eletromagnética (EMALS).
A projeção e testes de um aparelho desses levariam, segundo as estimativas dos peritos, não menos de 6 anos.
Um outro ponto-chave é a “plataforma
aérea universal”, isto é, um avião que, sendo avião de transporte ou
radar, garantirá também o funcionamento do porta-aviões e a capacidade
de combate da unidade. O exército russo não tem aviões deste tipo, por
isso será preciso elaborá-lo do zero, o que também levará cerca de 7
anos.
Afinal, o porta-aviões precisa de um novo
avião de combate. O Su-33 já não é produzido, o MiG-29K é um avião
modernizado mas em breve será obsoleto. O deslocamento do novo
porta-aviões russo deverá ser de 65-70 mil toneladas e, nestas
condições, a opção mais razoável é a elaboração de uma versão convés do
caça T-50.
Hoje em dia, tendo em vista o crescimento
do preço e a dificuldade, as obras de projeto da versão convés do T-50
pode levar até 10 anos, ou seja, só estará pronto em 2025-2026.
Aqui estão descritos somente os
elementos-chave, necessários para a construção de um novo porta-aviões
russo. A elaboração desses sistemas e aparelhos custará vários bilhões
de dólares.
Claro que é o governo do país que decide
se estes gastos são justificados. O governo já destinou à Marinha de
Guerra cerca de 5 triliões de rublos. Não obstante a falta de uma defesa
aérea completa, inclusive fora da costa, este seria um “brinquedo”
bastante caro.