A Marinha Americana (U.S. Navy) está preparando para o próximo mês de julho o início dos testes operacionais do Boeing P-8 Poseidon, a sua nova aeronave de patrulhamento marítimo.
“O ano de 2012 é bastante importante para nós, e será a fase inicial do programa de teste e avaliação operacional,” afirma o capitão Aaron Rondeau, gestor do programa Poseidon da Marinha dos EUA.
Estes testes operacionais formais irão ter inicio durante o verão no hemisfperio norte e terão uma duração de cerca de seis meses, mas poderão prolongar-se até ao fim do ano. Já foram efetuadas
algumas atividades de avaliação operacional já concluídas, principalmente devido à integração das equips de teste e desenvolvimento operacionais. Se tudo correr dentro do previsto, o P-8 será declarado operacional durante o primeiro trimestre de 2013.
A partir do momento que a introdução do P-8 na frota seja realizada, os esquadrões operacionais iniciarão a conversão para o Poseidon de seis em seis meses com uma aeronave do Incremento 1.
A capacidade do Incremento 1 do P-8 será uma melhoria significativa comparativamente à versão mais recente do Lockheed P-3 Orion, que o P-8 irá substituir. Entretanto, existe uma série de novas melhorias planejadas para a nova aeronave baseada no Boeing 737.
A primeira modernização relevante será conhecida como Incremento 2, e será dividida em duas fases, segundo o diretor do desenvolvimento do P-8 da Boeing, David Robinson. Esta modernização está sendo desenvolvida com uma participação Australiana.
A primeira fase consistirá principalmente na instalação de um sistema Multi-static Active Coherent (MAC), inserida no orçamento fiscal de 2014. Este sistema permitirá que a aeronave voe em alta altitudes e em alta velocidades e consiga detectar submarinos inimigos numa área bastante maior baseada numa rede de sonobóias ativas e passivas.
“O principal objetivo será a guerra anti-submarina,” afirma Robinson. “O MAC é a modernização mais significativa do Incremento 2.”
Outra fase importante do Incremento 2 inclui o Sistema de Identificação Automático (AIS), que permitirá ao P-8 ler os transponders dos navios, mais uma nova arquitetura computadorizada para permitir a adoção de novas capacidades com rapidez e eficácia, um novo centro de operações tátitas (TOC) e um sistema de guerra anti-submarina (ASW) a alta altitude.
O sistema ASW de alta altitude, composto por um conjunto de sonobóias, permitirá ao P-8 uma maior varredura das “áreas de interesse” geradas pelo MAC, afirma Robinson. “O P-8 será capaz de utilizar ambos os sistemas (MAC e guerra anti-submarina a alta altitude) em simultâneo,” complementa.
O TOC permitirá a coordenação de um P-8 com um veiculo aéreo não tripulado (UAV) Northrop Grumman MQ-4 Broad Area Maritime Surveillance (BAMS), e permitirá ao Poseidon uma melhor gestão de todos os seus sensores e atividades ASW. Estas capacidades deverão ficar operacionais durante o ano fiscal de 2015.
Rondeu afirmou ainda que um Incremento 3 posterior ainda não foi totalmente definido, mas incluirá a capacidade para controlar a o UAV BAMS. Deverá também conter melhorias que permitam ao P-8 dispor de uma capacidade para efetuar missões de coleta de informações, atualmente realizadas pelos EP-3 Aries da US Navy. Será também instalado um novo armamento para ASW, e um novo míssil digital anti-navio superior ao Harpoon existente.
Poderá também incorporar uma nova munição guiada por satelite J-series e um radar “advanced airborne sensor littoral surveillance radar”.
Fonte: Flightglobal