Militares chineses e russos iniciaram manobras conjuntas contra a pirataria no Mar Amarelo. As manobras Interação Marítima – 2012,
iniciam-se hoje, 22 de abril. Os exercícios contarão com a participação
de mais de 20 navios de guerra, de abastecimento, assim como de
aviação. Os militares de ambos os países utilizam a língua russa para
comunicar.
As Marinhas de Guerra da Rússia e da China
acumularam uma vasta experiência em matéria de segurança naval no golfo
de Áden. Tal permite-lhes utilizá-la nas atuais manobras, em especial
no que se refere aos procedimentos de escolta e de libertação de navios
capturados. O objetivo das manobras é verificar e desenvolver a
compatibilidade operacional, como explica Anatoli Klimenko, dirigente do
Centro de Assuntos Estratégicos Asiáticos da Organização de Cooperação
de Xangai.
“Sabemos que o Mar Amarelo, o mar da China
Meridional, assim como toda a zona sul do oceano Índico, são zonas de
pirataria. Por isso, está sendo aperfeiçoada a interação das duas
Marinhas. Se olharmos para esta questão em uma perspetiva mais ampla,
constataremos que a Rússia e a China, juntamente com outros países,
pertencem à Organização de Cooperação de Xangai, o que as torna
parceiros estratégicos. A Carta da OCX define a luta contra o
terrorismo, o separatismo e o extremismo como uma das funções da
organização”.
Este tipo de manobras conjuntas só pode
ser organizado por países que têm boas relações. No entanto, é
necessário ter em conta que a Rússia não é um aliado militar da China,
assinala Igor Korotchenko, chefe de redação da revista Natsionalnaya Oborona (Defensa Nacional):
“A
China não é considerada um aliado militar da Rússia. Por isso, não
podemos afirmar que os nossos exércitos poderão participar em operações
de combate conjuntas. Mas, no quadro das nossas relações de parceria,
ambos queremos a paz e a estabilidade nas nossas fronteiras. Realizar
manobras conjuntas e consultas militares influi positivamente na
dinâmica das relações entre Moscou e Pequim”.
O contigente russo é liderado pelo navio-insígnia da Esquadra do Pacífico, o cruzador porta-mísseis Varyag
. O seu arsenal inclui um sistema multifuncional de mísseis que permite
neutralizar alvos distantes, tanto no mar como em terra, assim como
instalações de morteiros, torpedos e artilharia de diverso calibre. O
contingente inclui também três navios anti-submarino, um navio-tanque e
dois rebocadores.
O plano de manobras prevê vários
cenários de ações conjuntas das duas esquadras. Os navios chineses e
russos praticarão o reabastecimento em alto mar, assalto conjunto a
zonas perigosas, neutralização de alvos marinhos e terrestres com
diversos tipos de armamentos, devendo ainda ser realizada uma operação
conjunta de busca de resgate de um navio acidentado. Após a conclusão
das manobras, ambas as esquadras protagonizarão um impressionante
desfile naval nas águas do Mar Amarelo.
Fonte: Voz da Rússia