Para tornar a sua estrutura de defesa mais compatível com o novo peso do país no cenário internacional, o Brasil deverá elevar gradativamente os seus investimentos no setor a um nível equivalente à média dos demais integrantes da formação original do Brics — Rússia, Índia e China.
A recomendação foi feita pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, durante audiência realizada ontem pela Comissão de Relações
Exteriores (CRE).
Embora reconhecendo o esforço do governo para aumentar os investimentos na modernização das Forças Armadas, o ministro citou dados de um instituto sueco de relações internacionais para comparar a situação brasileira à de outros países considerados emergentes. Enquanto no Brasil os gastos com defesa limitam-se a 1,5% do produto interno bruto (PIB), a média dos membros “tradicionais” (sem contar a África do Sul, incluída recentemente) alcança 2,3% do PIB.
— Se queremos falar como um dos Brics, nosso orçamento de defesa vai ter que chegar à média deles. E esta não é só uma questão de governo, a sociedade tem que entender que esses investimentos são importantes — afirmou.
Projeção
Com o objetivo de demonstrar a ampliação da projeção nacional do Brasil ao longo dos últimos anos, o ministro comparou encontros que teve há 18 anos (quando Amorim era ministro das Relações Exteriores) com o então secretário de Defesa dos Estados Unidos, William Perry, e há poucos dias com o atual secretário, Leon Panetta.
— Quando fui anfitrião de Perry, dizia-se que o Brasil não tinha que desenvolver seu potencial de defesa, pois havia uma grande potência que cuidaria de tudo. Às nossas Forças Armadas restaria o papel de combater o narcotráfico e o crime organizado. Agora existe uma visão totalmente diferente. Panetta, o atual secretário, disse que, no mundo de hoje, é preciso que outros países estejam capacitados a enfrentar desafios de defesa — relatou.
Durante a sua exposição, o ministro ressaltou a importância da cooperação em defesa com os demais países da América do Sul, que chamou de “zona de paz e segurança”. Ele citou o interesse da Argentina pelo veículo blindado Guarani, em desenvolvimento pela Iveco do Brasil, e a discussão sobre a aquisição, pelo governo brasileiro, de lanchas blindadas para fazer a patrulha dos rios da Amazônia.
Guiné-Bissau
Amorim demonstrou ainda sua preocupação com a África Ocidental — em especial com o golpe de Estado ocorrido há poucas semanas na Guiné-Bissau, a 3.200 quilômetros do Brasil. Além da solidariedade ao país de língua portuguesa, existe no caso uma preocupação com a segurança brasileira, uma vez que, como observou, a instabilidade política na Guiné-Bissau pode levá-la a se tornar um “Estado falido sujeito a ameaças do narcotráfico”.
Fonte: Jornal do Senado
Exteriores (CRE).
Embora reconhecendo o esforço do governo para aumentar os investimentos na modernização das Forças Armadas, o ministro citou dados de um instituto sueco de relações internacionais para comparar a situação brasileira à de outros países considerados emergentes. Enquanto no Brasil os gastos com defesa limitam-se a 1,5% do produto interno bruto (PIB), a média dos membros “tradicionais” (sem contar a África do Sul, incluída recentemente) alcança 2,3% do PIB.
— Se queremos falar como um dos Brics, nosso orçamento de defesa vai ter que chegar à média deles. E esta não é só uma questão de governo, a sociedade tem que entender que esses investimentos são importantes — afirmou.
Projeção
Com o objetivo de demonstrar a ampliação da projeção nacional do Brasil ao longo dos últimos anos, o ministro comparou encontros que teve há 18 anos (quando Amorim era ministro das Relações Exteriores) com o então secretário de Defesa dos Estados Unidos, William Perry, e há poucos dias com o atual secretário, Leon Panetta.
— Quando fui anfitrião de Perry, dizia-se que o Brasil não tinha que desenvolver seu potencial de defesa, pois havia uma grande potência que cuidaria de tudo. Às nossas Forças Armadas restaria o papel de combater o narcotráfico e o crime organizado. Agora existe uma visão totalmente diferente. Panetta, o atual secretário, disse que, no mundo de hoje, é preciso que outros países estejam capacitados a enfrentar desafios de defesa — relatou.
Durante a sua exposição, o ministro ressaltou a importância da cooperação em defesa com os demais países da América do Sul, que chamou de “zona de paz e segurança”. Ele citou o interesse da Argentina pelo veículo blindado Guarani, em desenvolvimento pela Iveco do Brasil, e a discussão sobre a aquisição, pelo governo brasileiro, de lanchas blindadas para fazer a patrulha dos rios da Amazônia.
Guiné-Bissau
Amorim demonstrou ainda sua preocupação com a África Ocidental — em especial com o golpe de Estado ocorrido há poucas semanas na Guiné-Bissau, a 3.200 quilômetros do Brasil. Além da solidariedade ao país de língua portuguesa, existe no caso uma preocupação com a segurança brasileira, uma vez que, como observou, a instabilidade política na Guiné-Bissau pode levá-la a se tornar um “Estado falido sujeito a ameaças do narcotráfico”.
Fonte: Jornal do Senado