03/03/2012
Itamaraty baixa o tom sobre licitação dos EUA
Postado por
Vinicius Donadio
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Aviação
Um dia depois de criticar o modo pelo qual os Estados Unidos cancelaram a compra de 20 Super Tucanos da Embraer, o governo brasileiro baixou o tom e negou haver desconforto sobre a licitação de US$ 355 milhões da Força Aérea dos EUA, suspensa na terça-feira por supostos "problemas de documentação" da empresa brasileira.
Nas palavras do porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, "não existe desconforto, mas a surpresa", e essa surpresa "passou". Em nota divulgada anteontem, além de destacar a "surpresa" com a decisão, a diplomacia brasileira afirmou que ela não contribuía para o "aprofundamento das relações entre os dois países, em matéria de defesa".
A mudança no tom ocorreu durante a visita ontem de William Burns, que ocupa o segundo posto na hierarquia do Departamento de Estado americano, imediatamente abaixo da secretária Hillary Clinton. O subsecretário participou de almoço com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Segundo o porta-voz brasileiro, Burns repetiu no encontro que o processo licitatório da Força Aérea dos EUA continua e que "as portas não estão fechadas" para a Embraer.
Chances. "Há efetivamente a possibilidade" de a Embraer concluir a venda, disse o porta-voz do Itamaraty. Burns já havia dito anteontem, no Rio, que esperava que Washington resolvesse "no menor prazo possível" os problemas que levaram à suspensão do pedido do governo americano.
A Força Aérea dos EUA suspendeu a compra dos Super Tucanos alegando problemas na documentação da Embraer. Porém, a concorrente, Hawker Beechcraft, fez forte lobby para que o processo fosse suspenso, criticando eventual perda de empregos. Apesar da queda no desemprego nos últimos meses, o mercado de trabalho continua a ser o calcanhar de Aquiles do presidente Barack Obama, que tenta a reeleição neste ano.
Ao mencionar que o cancelamento da licitação não contribuiria para o aprofundamento das relações "em matéria de defesa", o Itamaraty sugeriu que os EUA poderiam se complicar na licitação dos caças da Força Aérea Brasileira (FAB), da qual participa a americana Boeing . Ontem, Nunes negou relação entre a licitação brasileira e a americana.
Fonte: Estadão
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