Duplo atentado contra forças de segurança deixaram outros 175 feridos
Carro-bomba foi acionado próximo ao prédio do Exército sírio |
Pelo menos 25 pessoas morreram nesta sexta-feira e 175 ficaram feridas em um duplo atentado com carro-bomba que tinha como objetivo dois prédios das forças de segurança em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria. A TV estatal detalhou que os alvos eram um edifício da polícia militar e uma sede dos agentes antidistúrbios. "Um terrorista explodiu seu veículo a 100 metros da entrada do prédio de segurança militar", afirmou o canal oficial, mostrando a cratera que deixada pela explosão.
Pouco depois do ataque, o Exército Livre Sírio (ELS), integrado por militares desertores, reivindicou o duplo atentado. Da Turquia, o comandante-em-chefe do ELS, coronel Riad al Assad, disse à agência de notícias EFE por telefone que "estas operações respondem aos bombardeios do regime contra (a cidade de) Homs", uma das fortificações da oposição. Somente nesta semana de forte repressão a Homs, mais de 450 pessoas morreram.
Rússia - Em meio a violência extrema, a Síria segue com apoio incondicional do governo russo, que acusou nesta sexta-feira as potências ocidentais de serem "cúmplices" da crise na Síria e a oposição de ser a responsável pelo "derramamento de sangue".
"Os estados ocidentais, ao incitar os opositores sírios a realizar ações intransigentes são cúmplices de atiçar a crise", declarou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, citado pela Itar-Tass, acrescentando que "a responsabilidade de buscar uma solução para deter o derramamento de sangue repousa sobre a oposição", que se recusa a negociar com o regime.
"As autoridades da Síria garantiram que estão dispostas a realizar rapidamente um referendo sobre a Constituição e a promover eleições", declarou Riabkov, em uma entrevista concedida durante uma viagem à Colômbia. Esta semana o chanceler russo esteve na Síria e, depois de se encontrar com Bashar Assad, anunciou que o ditado está disposto a negociar com a oposição e que em breve fixará a data de um referendo sobre uma nova Constituição.
Para os opositores, não é possível realizar negociações sem a saída de Assad. Já um plano da Liga Árabe para resolver a crise exige que Assad transfira seus poderes ao vice-presidente.
Fonte: Agências EFE e France-Presse