05/09/2013

Autorizado o início da negociação do sistema PANTSIR-S1 de defesa antiaérea


Uma portaria do ministro da Defesa, Celso Amorim, publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (5), autoriza os militares a negociar a compra de um sistema de artilharia antiaérea russo de médio alcance, capaz de abater alvos entre 200 metros e 20 km de distância entre 5 km e 15km de altitude.

Atualmente, o Brasil não possui esta tecnologia, que é uma lacuna na defesa e obrigatória a todos os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo a portaria do Ministério da Defesa, a dispensa de licitação para a compra está "baseada no comprometimento da segurança nacional".

O sistema russo Pantsir-S1 pode atingir até 24 alvos simultâneos, sejam eles aviões, drones, helicópteros, barcos ou carros blindados. Ele é usado pela Síria na guerra civil no país, que dura mais de dois anos e já deixou mais de 110  mil mortos, milhares de feridos e refugiados.


A arma foi usada pela primeira vez pela Síria em junho de 2012 para abater um avião da Força Aérea da Turquia que invadiu o espaço aéreo sem autorização. A artilharia é considerada por especialistas como um dos trunfos sírios em caso de invasão ou bombardeio de forças de coalizão comandadas pelos Estados Unidos após o uso de armas químicas.

A compra pelo Brasil ocorre após um acordo de intenção assinado em fevereiro o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, e o vice-presidente da República, Michel Temer, em Brasília.

A ideia inicial prevê a aquisição de 5 baterias antiaéreas: duas do modelo Igla, de baixo alcance (até 5 km de altura), e três do modelo Pantsir-S1, de médio alcance. O valor da negociação não foi informado pelo governo.

Segundo o texto do Ministério da Defesa, o processo de negociação com a Rússia engloba também os dois sistemas. Para o Pantsir, haverá "transferência irrestrita de tecnologia".

O país irá adquirir ainda um sistema de controle e alerta de um sistema de artilharia de médio alcance, que ainda está em fase de desenvolvimento pela Rússia, e três sensores e três centros de operações para o Pantsir, além de itens logísticos, de simulação, de capacitação e operação das armas. Cada bateria Pantsir-S1 russa engloba seis carros com radares, sistemas de detecção e canhões.

A negociação do sistema de média altura ficará com a Aeronáutica. Já o baixa altura, com o Exército. Um grupo de trabalho irá a Rússia conhecer o sistema e negociar os valores , apresentando uma proposta de contrato.


O governo não divulgou o valor da negociação. Em entrevista ao G1 em 2012, o general Marcio Heise informou que a proposta para modernização do sistema brasileiro tinha o custo de R$ 2,354 bilhões.

Para  a Copa das Confederações e a visita do Papa, em junho e julho, o Exército teve que comprar às pressas um sistema de baixo alcance usado da Alemanha, composto por 34 carros de combate Gepard capazes de alvos a até 15 km de distância e até 3 km de altitude. A aquisição custou cerca de 30 milhões de euros (cerca de R$ 77 milhões).
Detalhes da negociação
A aquisição do Pantsir servirá para reforçar a proteção do território do território nacional, mas ainda não há informações sobre onde as baterias deverão ser instaladas.
O Brasil possui cinco grupos de artilharia antiaérea posicionados no Rio de Janeiro, em Praia Grande (SP), em Caxias do Sul (RS), em Sete Lagoas (MG) e em Brasília, para defender o Planalto. Eles contam com mísseis Igla-S, com alcance de até 3 km de altitude.
Fonte:  Diário Oficial da União Via G1


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