28/02/2013

Marinha inaugura parte da infraestrutura industrial de construção do submarino de propulsão nuclear


No dia 1 de março, às 10h, a Marinha do Brasil inaugurará, com a presença da Presidenta da República, Dilma Rousseff, a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), a qual faz parte da infraestrutura industrial de construção e manutenção de submarinos que está sendo implantada pela Marinha em Itaguaí (RJ). Participarão da solenidade o Ministro de Estado da Defesa, Celso Amorim, o Embaixador da França no Brasil, Bruno Delaye, o Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto e diversas autoridades civis e militares, do Brasil e da França.

 A prontificação da UFEM, cuja construção foi iniciada em 2010, é um importante marco alcançado com a execução do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), idealizado para capacitar o País a projetar e construir submarinos convencionais e nucleares, com incremento da indústria de construção naval brasileira, em particular a do Estado do Rio de Janeiro, no município de Itaguaí, onde serão gerados milhares de empregos diretos e indiretos.

 O processo de construção dos submarinos tem início na NUCLEP, com a fabricação das seções do casco externo do submarino, que devem ser resistentes à pressão da coluna de água na profundidade de operação desse meio naval. Em seguida, as seções são transferidas para a UFEM, contígua à NUCLEP, onde recebem as estruturas, equipamentos e componentes internos. Após esse trabalho, assim equipadas, as seções são deslocadas para o estaleiro, também situado nas proximidades, onde é executado o acabamento final e a união das seções, prontificando-se o submarino, que será, então, submetido às chamadas provas de cais e de mar.

Ministro da Defesa com engenheiros e técnicos da Marinha do Brasil em frente às primeiras seções do submarino


O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) é, hoje, o mais importante projeto em desenvolvimento pela Marinha, e resulta de uma parceira estratégica, firmada em 2008 pelos Presidentes do Brasil e da França. Essa parceria prevê a transferência de tecnologia e a formação de consórcios entre empresas dos dois países, para atender aos objetivos estratégicos comuns. Assim, a DCNS, empresa francesa contratada para transferir tecnologia, formou, com a construtora brasileira Odebrecht, o Consórcio Baia de Sepetiba, destinado à construção de um estaleiro para fabricar os submarinos e de uma base naval para apoiá-los.

O PROSUB prevê, ainda, a fabricação de cinco submarinos, sendo quatro deles convencionais, isto é, dotados de propulsão diesel-elétrica, e um com propulsão nuclear. Para viabilizar essa fabricação, foi constituída uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), denominada Itaguaí Construções Navais (ICN), também formada pela Odebrecht e pela DCNS, mas tendo a Marinha do Brasil como detentora de uma ação preferencial do tipo golden share. Caberá à ICN empregar as instalações do estaleiro, que incluem a UFEM, exclusivamente para a construção dos cinco submarinos previstos no contrato.

É importante destacar que está excluída desse acordo com a França a transferência de tecnologia para a construção da planta de propulsão do submarino nuclear, cuja responsabilidade cabe exclusivamente à Marinha do Brasil, que empregará tecnologia própria, desenvolvida no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).

A construção da UFEM, do estaleiro e da base naval em Itaguaí está orçada em R$ 7,8 bilhões, com desembolsos até 2017.

O início da operação da UFEM possibilitará aos técnicos brasileiros, previamente treinados na França, a aplicação dos novos conhecimentos no processo de construção, iniciado com o corte simbólico da primeira chapa de aço destinada à construção do casco, em 16 de julho de 2011, que também contou com a presença da Presidenta Dilma Rousseff.

O término da construção do estaleiro está previsto para dezembro de 2014, enquanto que a da base naval está previsto para 2017. O primeiro dos quatro submarinos convencionais, que estará prontificado em 2015, será entregue para operação em 2017, após a conclusão de inúmeros testes a que será submetido. Os demais submarinos convencionais serão entregues em intervalos de dezoito meses. O primeiro submarino com propulsão nuclear será prontificado em 2023, quando seguir-se-ão cerca de dois anos de testes no mar, antes de sua entrega ao setor operativo.

O projeto do submarino com propulsão nuclear está em desenvolvimento por brasileiros desde o ano passado por engenheiros navais da Marinha que realizaram diversos cursos relativos a projeto de submarinos na França, entre agosto de 2010 e maio de 2012, no escritório técnico conjunto Marinha do Brasil/DCNS, instalado no CTMSP.

O PROSUB irá gerar, no auge, mais de nove mil empregos diretos e outros 32 mil indiretos. Adicionalmente, na área de construção naval, projeta-se para o período de construção dos submarinos a criação de cerca de dois mil empregos diretos e oito mil indiretos permanentes. Por último, o PROSUB inclui um processo de nacionalização com base em transferência de tecnologia que prevê a fabricação, no País, de vários equipamentos dos submarinos convencionais e do nuclear, o que elevará o patamar tecnológico das empresas brasileiras e possibilitará a criação de mais empregos.

A construção e operação de um submarino com propulsão nuclear, desenvolvido com tecnologia altamente sensível, são dominadas por poucos países. Atualmente, apenas China, Estados Unidos da América, França, Inglaterra e Rússia detêm esse domínio tecnológico. Com o PROSUB, o Brasil passará a integrar esse seleto grupo.

Fonte: Marinha do Brasil

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