25/09/2012

Brasil adia decisão sobre caças para 2013; Boeing tem mais chances

 

A presidente Dilma Rousseff decidiu esperar até meados de 2013 para tomar uma decisão sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), num contrato de bilhões de dólares, no qual a Boeing passou a ter mais chances por causa das suas recentes parcerias com a Embraer, disseram duas fontes oficiais à Reuters.

 O Brasil pretende gastar pelo menos US$ 4 bilhões na aquisição de 36 novos caças, numa das transações de defesa mais observadas nos últimos anos nos países emergentes. Os finalistas são a americana Boeing, a francesa Dassault Aviation e a sueca Saab.

Dilma pretende avisar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre o adiamento durante um possível encontro dos dois nesta semana em Nova York, em meio à reunião anual da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), disseram as fontes, pedindo anonimato.

A própria Dilma tomará a decisão sobre a empresa fornecedora dos jatos, numa compra que será crucial durante décadas para moldar as alianças estratégicas e militares do Brasil, que busca se firmar como uma grande potência global.

A concorrência está suspensa em parte por razões orçamentárias, segundo um dos funcionários. Dilma acaba de travar uma dura disputa com funcionários públicos por aumentos salariais, e seria politicamente difícil aprovar um gasto de bilhões de dólares para equipamentos militares tão pouco tempo depois de alegar restrições financeiras para elevar salários.

"As conversas (internas) se tornaram mais específicas e mais focadas, e acho que estamos chegando perto de uma decisão", disse uma das fontes. "Mas isso não será anunciado em 2012".

A disputa já dura mais de uma década, passando por três governos, e apontar o ganhador se tornou algo como apostar no vencedor em um jogo de futebol que nunca acontece. Mesmo assim, as notícias sobre as deliberações de Dilma são acompanhadas atentamente, e às vezes influem nas cotações das ações mercantis dos finalistas, em parte devido à falta de outros grandes contratos militares na Europa e EUA.

A Reuters noticiou em fevereiro que Dilma estava inclinada pelo caça Rafale, da Dassault. Mas, depois disso, surgiram novas preocupações sobre o custo elevado do avião francês e especialmente sobre os termos da partilha de tecnologia, algo que Dilma considera crucial para definir o vencedor, segundo as autoridades.

Enquanto isso, a Boeing ganhou pontos ao anunciar uma série de parcerias com a Embraer, que está agressivamente ampliando suas operações de defesa. Em julho, a Embraer disse que a Boeing irá fornecer sistemas de armas para o caça Super Tucano, e a empresa dos EUA também está ajudando no desenvolvimento do KC-390, um jato de reabastecimento em voo e transporte militar da Embraer.

Também em fevereiro, a Reuters informou que a Boeing havia congelado o preço da sua oferta desde 2009, uma situação incomum, que parece ter beneficiado a relação custo-benefício do seu caça F-18 em comparação ao Rafale. O custo unitário dos jatos não foi divulgado. "A Boeing está definitivamente aparecendo melhor nos últimos meses", disse um segundo funcionário.

Ambas as fontes disseram que a Saab, que disputa com o caça Gripen NG, está num distante terceiro lugar na disputa. Funcionários de Defesa dizem que Dilma precisa tomar a decisão logo, porque a frota atual da FAB está se tornando cada vez mais obsoleta e cara de manter. Além disso, o Brasil está sob pressão para melhorar sua capacidade defensiva como parte dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Um comentário:

  1. Essas fontes estavam certas mesmo, o F-X2 foi adiado novamente agora para 2013, em um anuncio feito pela própria Presidenta Dilma na França, de onde partiu para a Rússia e ouviu o pedido de recolocação do caça Sukhoi SU-35 no projeto. Esse novo adiamento é uma afronta a FAB, que vem pacientemente aguardando(até demais)a definição do novo caça pelo governo a quase duas décadas, os caças que participaram do primeiro programa chamado Fênix, hoje são obsoletos como o caso do Mirage 2000.

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