As partes assinaram uma declaração conjunta sobre o aprofundamento das relações de parceria e interação estratégica, além de outros 16 documentos específicos para cooperação nos mais diversos campos, desde energia atômica até turismo.
Tudo isso deu aos líderes dos dois países razões para ter esperança de que a cooperação política entre eles se intensifique ainda mais e que, até 2015, o intercâmbio bilateral venha a atingir a marca dos US$ 100 bilhões, em comparação aos atuais US$ 83 bilhões.
Pútin, por sua vez, garantiu que a Rússia e a China atribuem grande importância à iniciativa conjunta de aumentar a segurança na Ásia-Pacífico. “Iremos certamente apoiar as relações entre nossos departamentos militares”, disse o presidente russo.
Ainda de acordo com Pútin, a Rússia tem defendido a formação de uma estrutura de segurança baseada nos princípios de direito internacional.
A maior ameaça à Rússia, contudo, está nos planos dos EUA de instalar um escudo antimíssil na Europa. Caso isso ocorra, o potencial de dissuasão russo será abalado.
Para evitar conflitos, Moscou se vê forçada a buscar e cultivar aliados, dos quais o principal é a China, cujo arsenal estratégico também será prejudicado pelos planos de Washington de instalar um escudo de defesa antimíssil na Ásia-Pacífico.
Não é à toa que o vice-chanceler chinês, Chen Gopin, disse, às vésperas da visita de Pútin, que a “China é contra alguns países ou organizações ameaçarem a segurança de outros países com a instalação de um sistema de defesa antimíssil”.
A nova estratégia de defesa divulgada em janeiro passado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, não convém à China. O líder norte-americano declarou que agora os interesses nacionais norte-americanos estão concentrados principalmente na Ásia-Pacífico.
Recentemente, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, disse que os EUA planejam concentrar nessa região 60 % de suas forças navais. Além disso, o país está se voltando ao Vietnã e Filipinas, cujas relações com a China têm sido marcadas por disputas territoriais.
Na última segunda-feira (4), o porta-voz da diplomacia chinesa, Liu Weimin, disse que a instalação de um grande número de contigentes militares e o fortalecimento das alianças militares na Ásia-Pacífico são inconvenientes. Para fortalecer seus respectivos exércitos, Rússia e China já realizaram, em abril, exercícios militares conjuntos.
Fonte: gazetarussa via Plano Brasil