A dura missão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da mais importante operação da ONU no mundo. Ele tem a tarefa de dar fim ao maior conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial, com quase seis milhões de mortos
As primeiras horas da manhã da quinta-feira 17 de abril estavam especialmente quentes na densa floresta que serve de fronteira natural entre a República Democrática do Congo e Uganda. Antes de se embrenhar pela vereda de terra entre as árvores, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz retirou o colete à prova de balas e o capacete. Se algo acontecer, é preciso ser ágil, explicou. " O caminho é perigoso, as emboscadas são comuns." O general tinha usado esse equipamento de mais de 15 quilos, capaz de segurar balas de fuzil AK-47, durante todo o trajeto de 40 quilômetros entre o batalhão da ONU na cidade de Beni e a trilha que o levaria a uma base rebelde conquistada pelo Exército congolês uma semana antes.
Santos Cruz vestia a farda
camuflada das Forças Armadas brasileiras. No ombro esquerdo, a bandeira
do Brasil. No direito, a palavra "comandos", que em todo o mundo militar
carrega o mesmo significado: ali está um soldado das tropas de elite,
um cara durão, preparado para sobreviver na adversidade. Três pequenas
estrelas costuradas nas pontas do colarinho o distinguem como um general
de divisão. Além do FAL, o fuzil usado pelo Exército brasileiro há
quase três décadas, Santos Cruz levava uma pistola Glock 9mm no coldre
colado à coxa direita.
Force Commander
No Congo, a patente de Santos Cruz
importa menos que seu cargo na hierarquia militar da ONU. Ele é o
comandante-geral da Monusco, a maior e mais importante missão das Nações
Unidas no mundo, com um contingente de mais de 22 mil homens de 20
diferentes países e orçamento anual de quase US$ 1,5 bilhão. É uma
missão histórica, em que o conceito de manutenção da paz foi alterado
para imposição da paz. Não se trata apenas de semântica. Os capacetes
azuis, pela primeira vez desde 1948, têm autorização para caçar, prender
e matar aqueles que o Conselho de Segurança considerar inimigos. Na
prática, isso significa que os soldados das Nações Unidas podem dar o
primeiro tiro, tornando-se, assim, uma força de agressão - a primeira
desde a criação da organização.
O militar brasileiro foi indicado e
responde ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e ao
Conselho de Segurança. No Congo, ele divide o comando da missão com um
representante civil, o alemão Martin Kobler. São os dois que têm, ao
menos oficialmente, a última palavra em qualquer decisão, militar e
civil. A guerra no Congo dura quase 20 anos e já deixou cerca de 5,5
milhões de pessoas mortas. Nenhum outro conflito armado matou tantos
seres humanos desde a Segunda Guerra Mundial.
Apesar de ser o primeiro brasileiro a
comandar forças militares de agressão desde a campanha da FEB na Itália,
um ano e pouco atrás, em Brasília, onde mora, Santos Cruz estava mais
preocupado com caminhões-pipa no Nordeste brasileiro do que com
guerrilheiros africanos. O general foi compulsoriamente para a reserva
em 2012, ao ser preterido para ascender à patente de general de
exército. Com a carreira militar encerrada, trabalhava na divisão
militar da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República, em Brasília, cuidando de assuntos como a participação do
Exército na distribuição de água potável em regiões afetadas pela seca.
"Eu havia abandonado a farda, estava lá, engravatado, num gabinete da
Esplanada, quando recebi, em março de 2013, uma ligação de Nova York",
contou ele à ISTOÉ no mês passado, enquanto comia com as mãos uma coxa
de galinha frita na cantina do quartel-general da ONU em Goma, a capital
da província do Kivu do Norte, onde estão concentrados 95% dos
capacetes azuis no país. "Foi uma surpresa , mas não demorei três
segundos para aceitar aquele convite inesperado."
Fonte: ISTOÉ
É um Grande exemplo de líder, não só para nosso país, mais para todas as nações do mundo. Hurra! BRASIL!
ResponderExcluirUm GRANDE GENERAL segue o meu Grande Ídolo GENERAL MANUEL LUÍZ OSÓRIO !
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